Especial Kinguios
História
Diz-se que foi PO WU CHIC, quem, no século III, pela primeira vez mencionou
um peixe que pode considerar-se como o que hoje conhecemos como "Carassius
auratus". Contou que em um rio (Li-Po-Se) existia um peixe com "ouro
na cabeça". Também se conhece um poema do ano 1030 chamado "Poema
ao pagode das seis harmonias", onde se diz:
"No poente, apoiado sobre a varanda... esperei o Kin-Tsi-Yu..."
O KIN-TSI-YU (ou CHIN-CHI-YU) era a denominação do peixe chinês.
Alguns investigadores entendem que a criação destes peixes começou na
China, durante a dinastia Tang (618-907). Para o ictiólogo Shi-Shan Chen, a
domesticação do Carassius auratus se iniciou no período da dinastia Sung
(960-1278). Por outro lado, no livro T'ing Shin (ano 1200) com certo ar de
segredo afirma que "... o melhor peixe dourado é o KIN-TSI-YU (...). Os
exemplares que possuem três e nove caudas, e que são brancos com manchas de
cor vermelho-cinabre, devem receber como alimento pequenos insetos vermelhos e
alimentar-se assim durante 100 dias, depois do que começarão a transformar
seu colorido. Primeiro, em branco prateado, logo amarelado, para chegar com o
tempo ao dourado. Para
obter peixes dourados com cauda TSI, ou pentapartidas, recobrem-se os ovos com
um grosso caranguejo. Agindo assim, se obtém peixes extraordinários. . .
"
Face aos
antecedentes citados, Schieris afirma que a primeira notícia oficial acerca
da criação de peixes na China, remonta ao ano 1369 (começo da dinastia MING),
quando o imperador Hung-Wu fundou uma fábrica de porcelanas que incluía
fornos para produzir peixeiras (aquários) denominadas Vasos Dragão, por sua
decoração. O imperador Kia-Tsing (1522) tinha tal afeição pelos
peixes que teve 300 destes vasos peixeiras. Também existem registros de que
haviam peixeiras nos templos budistas da época.
No
período 1560-1600, na famosa "Matéria médica" (PEN - TAO - KAN -
MU), de LI-SHIH-CHEN, aparece uma curta seção dedicada ao peixe dourado,
onde se afirma que os peixes de escamas vermelhas foram observados já na
dinastia Tsin (265-419), porém que a domesticação foi muito posterior, com
o nome de KIN-TSI-YU. Ademais, se mencionam quatro variedades: LI, TSI, TSIN,
TSU.
Por
volta de 1590, se sabe de variedades de cauda dupla. O primeiro tratado
especializado em peixes chineses é o CHI-SHAYU-PU (O livro do peixe
vermelho), escrito por CHANG-CHI'EN-TE, em 1596, onde se ministram conselhos
para trocar a água e sifonar o fundo do aquário, para eliminar as impurezas.
No Japão, a criação de peixes dourados
é atribuída aos criadores próximos de OSAKA, no ano 1571 (segundo ano de
Bunki). Oficialmente, se reconhece Sato Sanzaemon como o primeiro criador
japonês (1704), que se instalou em Koriyama. Ainda existiria esta criação,
administrada por seus descendentes.
As espécies que passaram ao Japão, receberam tratamentos especiais, que
originaram as principais variedades
atualmente conhecidas. Os japoneses (divulgando "os segredos
chineses") mostraram esses peixes ao mundo ocidental; tanto que Madame
POMPADOUR, a favorita do rei LUÍS XV, recebeu alguns de presente. Têm-se
notícias da comoção produzida na corte francesa, a tal ponto que todo
cortesão ou acomodado, criava peixes chineses em um globo de vidro, ou num
tanque no jardim.
Os
jesuítas de Pequim, enviaram ao secretário de Estado da França, em 1722, um
pergaminho com reproduções em cores e tamanho natural, de 92 peixes,
entre os quais figuravam sete variedades de Carassius, a saber: 1) peixe
vermelho comum; 2) peixe ovo; 3) olho de dragão (telescópico); 4)
Dorminhoco; 5) Brincador (devido a uma deformação da coluna vertebral; 6)
Ninfa.
Os peixes chineses sem a nadadeira dorsal foram obtidos recentemente, no princípio de 1700. Em 1780, em um tratado publicado por MANTENER e SABATIER, adornado com magníficos desenhos, figuram umas 66 variedades distintas.
A denominação genérica Carassius foi utilizada pela primeira vez por
Conrado De Gesner (1516-1565), em sua Historia Animalum, da qual CUVIER disse
que pode considerar-se como a base da zoologia moderna. Carassius deriva de
"karas" (charax), que era o nome de um peixe da antiga Grécia.
Hoje é conhecido pelas denominações de goldfish, peixe de ouro ou peixe
dourado, peixe japonês ou Kinguio.
Classificação:
A forma original parece ser uma mutação mais colorida do Carassius auratus selvagem ou da subespécie Carassius auratus gibelio.
Alguns
antepassados dos Kinguios
O aquário:
Tornou-se o peixe de aquário mais difundido no mundo inteiro. É bonito, relativamente fácil de cuidar, habita
tanto em tanques ao ar livre como em aquários de interior, tolera e vive bem
em temperaturas baixas.
Quanto ao tamanho, podem superar os 17 cm em condições adequadas e viver
muitos anos.
Os peixes de água fria são, geralmente, mais volumosos que os tropicais de
mesmo comprimento. Por tanto, requerem mais oxigênio, já que possuem mais
matéria orgânica em seus corpos. A isto podemos acrescentar mais estas
características:
O aumento da temperatura, no verão, não provoca maiores inconvenientes para os peixes tropicais, acostumados a tais variações de temperatura, porém nos peixes de água fria produz-se um aumento do regime metabólico e o consumo de oxigênio se eleva ao dobro a cada 5°C de aumento da temperatura.
O
erro de supor que os peixes de água fria requerem menos oxigênio que os
tropicais, parte do princípio de que a quantidade deste gás na água aumenta
à medida que baixa a temperatura (assim, a 10°C há 11,2 mg./litro, porém a
25°C a concentração baixa a 8,3 mg./litro).
É por estas razões que os entendidos em Carassius opinam que estes peixes requerem o dobro da superfície na parte superior do aquário, para que a água possa absorver mais oxigênio, em comparação com o requerido pelos peixes tropicais de igual comprimento. Por isso mesmo, a regra de um litro de água por cada cm de comprimento do peixe deverá mudar para dois litros de água por cada cm de comprimento do peixe.
É aconselhável
um aquário de mais de 100 litros, decorado com areia grossa e pequenas
pedras. Os peixes dourados são nadadores lentos e indolentes e podem
machucar-se com as pedras se estas apresentam alguma zona cortante. A água
deve ser muito oxigenada e bem filtrada, Os peixes adoram fuçar no fundo e
remover todo o sedimento que ali se deposita. Apesar disto, se queremos ter
êxito na sua reprodução é uma boa idéia trocar parte da água
semanalmente.
O peixe dourado é dos chamados "escavadores" por seu costume de revirar o fundo em busca de alimento; um exemplar grande, por exemplo, facilmente deixará sem pedras um setor do aquário ou então deixará livres as raízes das plantas descobertas se estas não tem um comprimento muito grande ou não se tomam certas precauções. Nesse caso, e se o aquário em referência utiliza filtro biológico de fundo, o ciclo de filtragem será interrompido. É recomendável colocar uma rede plástica no fundo, próxima às placas do filtro e recoberta pelo restante do substrato (é o mesmo princípio utilizado em aquários marinhos e facilmente encontrada em lojas de aquários).
Pelo dito acima, o aquário dos Carassius não deve conter terra, já que turvaria notavelmente a água. Entretanto, já que não é possível eliminar a tendência natural escavadora do Carassius, o melhor é colocar no fundo uma camada de pedras arredondadas de rio de 1 cm ou maior, para evitar que eles se firam nas arestas cortantes e fiquem vulneráveis aos fungos. Acima desta camada pode ser colocada uma faixa de areia fina e branda de rio, de cor escura, pois os Carassius costumam escavar o solo olhando para ele, de modo que os fortes reflexos produzidos por areias muito claras poderiam dar lugar a reações inconvenientes. Além disso é sabido que um fundo escuro realça notavelmente o colorido dos peixes.
Deverá ser evitada a colocação de qualquer objeto, areia ou pedras calcáreas, que podem contribuir para endurecer e alcalinizar a água excessivamente, pois como todos os ciprinídios, o Carassius requer água branda (DH= 6 a 8º) e ligeiramente ácida (pH= 6,6).
Os Carassius são muito suscetíveis ao cloro presente na água, que produz inflamações das brânquias. Por esta razão, será necessário aplicar um forte desclorificante na água que está sendo trocada, deixando-a descansar o bastante para ter certeza que não contém mais cloro. Também será necessário utilizar uma forte aeração com bolhas pequenas para ser mais eficiente.
Geralmente
o aquário para Carassius não deve conter adornos de nenhum tipo, exceto
troncos bem lisos e sem arestas, pois estes poderiam produzir danos nos
peixes, especialmente nos peixes com grandes nadadeiras e caudas e também
quando pretendemos colocar peixes da variedade telescópio ou bolha, com
escassa visão e de movimentos torpes e lentos.
A colocação de filtros é de imperiosa necessidade, devido à grande quantidade de detritos produzida pelos Carassius e a tendência de revolver o fundo em busca de alimentos, o que turva notavelmente a água. É aconselhável utilizar um filtro com o dobro da capacidade de um aquário normal de mesma capacidade.
Apesar do Carassius admitir uma variação de temperatura entre 2 e 22º C, a temperatura mais adequada para sua manutenção é em torno de 18º C.
A
temperatura deve oscilar entre 15 e 22º C. Se ultrapassamos estes limites os
peixes sofrem estados totalmente opostos. Na água demasiado fria o peixe
permanece quase todo o tempo no fundo do aquário devido ao esfriamento de sua
bexiga natatória e a diminuição de seu metabolismo o faz cair em um estado
de letargia. Se, ao contrário, suportam temperaturas muito elevadas sofrem de
uma certa anóxia (falta de oxigênio), e seu metabolismo acelera-se em
demasia.
No verão, durante os dias muito quentes, é conveniente colocar um saco plástico com cubos de gelo, flutuando no aquário para levar a temperatura a 15-16º C. Veja aqui como construir um refrigerador com célula Peltier, e aqui como fazer um refrigerador econômico.
Os
criadores que empregam este método asseguram que o desenvolvimento é
superior e a tendência a desenvolver doenças diminui. Outros autores se
opõem terminantemente a este procedimento, pois com ele se corre o risco de
que os peixes se "resfriem", pela mudança brusca de temperatura.
Ora, podemos utilizar este método, desde que as mudanças de temperatura
sejam graduais; se seu orçamento permitir, empregue um refrigerador de
aquário para manter temperaturas constantes mais baixas nos dias
quentes.
Em seu meio natural, os peixes e as plantas estão submetidos às mudanças sazonais. a diminuição da temperatura no inverno, permite ao peixe tirar umas verdadeiras "férias", reduzindo-se neste período a atividade metabólica.
Este repouso natural é eliminado se no aquário se mantém uma temperatura, iluminação e alimentação constante todo o ano. É por esta razão que, no inverno, de deve procurar deixar uma temperatura média de 12º C, com uma variação entre 10 a 12º C, podendo chegar até 4º C (até menos) ocasionalmente.
É óbvio que enquanto este repouso tem lugar, deve-se evitar a reprodução dos peixes. Nos Carassius, a fase de hibernação adequada, permite ao peixe que ele seja ativo sexualmente durante todo o ano, já que este possui muita energia no verão.
Durante
a hibernação, terá que reduzir assim mesmo, a intensidade da iluminação,
o número de plantas e cortar sua folhas amarelas. Deverão ser eliminados com
mais frequência os resíduos alimentares e
detritos. Colocar filtro de placas, para produzir uma contínua sucção da
água através da superfície do fundo, levando oxigênio a estes lugares,
evitando assim a proliferação de bactérias anaeróbicas da putrefação.
Deve-se levar em conta que ao diminuir a luz e o número de plantas, se
reduzirá a absorção do CO2
e, com ela a fotossíntese, que ajuda a eliminar os produtos da putrefação e
da fermentação. Também terá que reduzir a alimentação a não mais que
uma ração diária.
Os Carassius comem praticamente de tudo, a tal ponto que, com certo exagero, alguns tem afirmado que estes peixes podem partilhar a comida de seus donos (porém não faça isso !). A dieta deve ser mixta , combinando alimento "vivo" (Daphnias, Tubifex, Minhocas e Artêmia salina) com alimento preparado. Este último não deve ser de granulação muito fina, pois poderiam não ser ingerida pelos peixes adultos e cairiam no fundo, onde iriam apodrecer, contaminando a água.
Os Carassius comem grande quantidade de matéria vegetal, porém só digerem uma pequena parte de seu conteúdo (algumas matérias graxas, vitaminas, açúcares, etc.). A dieta fundamental deve ser formada por vitaminas, proteínas, matérias graxas e em menor proporção hidratos de carbono.
Aceitam
todas as
variantes desde que tenham o tamanho adequado. Flocos secos, peletes,
floating, sticks, alimento vivo, congelado, etc.
O Carassius requer muita luz e de preferência, deve receber alguma luz solar, pela manhã. Uma iluminação artificial prolongada, reduzirá sua vitalidade e desbotará suas cores.
O
aquário para Carassius não deve conter plantas que sejam facilmente
desenterradas, devido à comentada mania do peixe de fuçar no fundo,
escavando-o. Portanto deverão empregar-se plantas que se enraízem fortemente
na areia, ou seja estas plantas devem possuir raízes (Vallisneria,
Echinodorus, Saggitaria). Para que o peixe possa levar a cabo seu costume de
mordiscar, se recomendam Elodeas, Cabombas e no geral, plantas de folhas
macias.
Em alguns textos recomenda-se não colocar plantas no aquário e no máximo deixar algumas Elodeas flutuando. Sem dúvida, outros entendem que não deve ser assim, porque - na realidade - o aquário para estes peixes requer muitas plantas, pois, como já dissemos, Os Carassius produzem grande quantidade de detritos. Em consequencia requerem-se elementos que absorvam os produtos da decomposição destas matérias orgânicas, (nitratos, etc) e, neste sentido, as plantas cumprem com perfeição tal função, pois seu processo de fotossíntese incorpora tais materiais,pra produzir a síntese de matérias protéicas, graxas e hidratos de carbono.
É óbvio que as plantas que melhor realizam esta função são as que deveriam eleger-se, pelo que deverá preferir as de crescimento rápido, pois esta característica indica que o processo de assimilação é intenso.
Claro está que esta característica não é suficiente por si só e que, além disso, as plantas escolhidas deverão desenvolver-se adequadamente à temperatura que deverão suportar, assim como à dureza e pH requeridos pela água adequada para a vida dos Carassius.
As
plantas que cumprem com este requisito são as seguintes:
-Acorus.
-Coratophyllum submersum: se desenvolve facilmente.
-Cabomba: se desenvolve facilmente e dada sua fragilidade o Carassius a
rompe em pedazos ao mordiscá-la. Se incorpora a sua dieta vegetal. Requer
meia luz.
-Elatina macropoda.
-Elodea: boa se fica na sombra; é frágil; crescimento rápido porém é uma
planta de curta duração, pois prefere águas duras).
-Fontinalis antypiretica (é uma das melhores).
-Hydrilla verticilata.
-Lysimachia nummularia.
-Myriophyllum verticilatum, o spicatum: se desenvolvem rapidamente).
-Vallisneria Spiralis.
-Saggitaria.
-Ludwigia.
-Bacopa.
Como
planta de adorno, podem ser colocadas algumas variedades de Aponogeton, que
também são de crescimento lento, tem a virtude de ter folhas duras e muito
fortes. Das plantas de superfície, a Lemna (lentilha de água) parece ser
preferida à Salvinia e, de quebra, o Carassius gosta de mordiscar a
raiz desta pequena e simpática planta, que se propaga tanto que é
necessário controlar sua quantidade, para que não diminua a absorção de
oxigênio pela superfície da água.
Para
reduzir a intensidade luminosa pode empregar-se, assim mesmo, a Riccia
fluitans que não possui raiz e que, com muito sol, forma bolhas de oxigênio
que ficam retidas em sua massa por longo tempo. Cresce muito rapidamente.
A
Eichorna crassipes (camalote ou aguapé) não serve para aquários interiores,
apenas para tanques externos, Morre no inverno.
Tampouco
a Azolla filiculoides e a Pistia stratiotes (alface d'água) servem para
aquários interiores.
O excesso de vegetação é perigoso, especialmente se há muita luz, pois o processo de fotossíntese será acelerado e não existindo quantidade suficiente de CO2, ele será separado dos bicarbonatos, que se transformarão em carbonatos insolúveis. Como a dureza depende de sais solúveis, se reduzirá, ou seja a água se tornará muito branda. ao mesmo tempo, o pH se elevará, podendo chegar ao caso extremo de produzir alcalose.
Lembre-se que a plantação do aquário não deve impedir que os peixes nadem com desenvoltura, e deve ser formada por espécies de folhas duras e resistentes.
Reprodução em seu
meio natural:
Os peixes dourados
são habitantes das águas frias de curso lento do continente asiático e se
espalharam por todo o mundo, sendo uma das espécies animais mais cosmopolitas
da atualidade. Sua reprodução no meio natural começa por volta de maio ou
junho (na Europa), quando a água supera a temperatura de 20º C. Aqui seria
no início da Primavera. Os lagos começam a esquentar depois dos rigores do
inverno e entre os peixes se manifesta uma nova excitação que desencadeia o
ritual reprodutivo.
A água de seu
meio original é branda e com total ausência de qualquer substância química
(cloro, por exemplo). Estes peixes toleram muito mal as águas com este
produto desinfetante, e as que são excessivamente duras.
Superprodução em
pisciculturas:
Os Carassius são
os peixes com maior distribuição entre os aquários dos aficionados.
Trata-se de um grande negócio em escala mundial que tem dado lugar a grandes
centros de reprodução massiva destes peixes. alguns dos maiores criadores ou
piscicultores sào encontrados nos Estados Unidos, em Singapura ou no Japão.
São instalações imensas que produzem milhares de peixes por dia.
Como exemplo, em Martinsville, se encontra uma das maiores pisciculturas que produzem peixes dourados para aquários e lagos. São distribuidores de peixes para eliminar pragas de mosquitos. A instalação tem um volume de água similar a um mar artificial. Diariamente empregam 1.500 Kg de farinha de trigo para alimentá-los. Anualmente importam da China 20 toneladas de gema de ovo. a piscicultura conta com 350 depósitos de alvenaria de 20 X 6 m.
O transporte dos
peixes é feito em caminhões tanque especiais, que contêm 5.000 litros de
água e carregam 200.000 peixes.
Manutenção em
tanques:
Os peixes dourados
mantém-se bem em tanques.
São os habitantes mais populares de tanques e jardins públicos, e além
disso, muitos aficionados decidem criá-los em tanques particulares. Em um
tanque os peixes dourados se desenvolvem bem e se reproduzem com facilidade. A
única coisa que devemos levar em conta é que estão sendo submetidos às
variações das mudanças de estações e a flutuação da temperatura. Quando
chegam os meses mais frios os peixes vão para o fundo do tanque e permanecem
em um estado de letargia ao esfriar-se sua bexiga natatória e diminuir seu
metabolismo. Com a chegada da estação mais quente os peixes recobram sua
atividade, que inclusive se verá acentuada pelo afã reprodutivo que é
estimulado pelo aumento da temperatura.
O
tanque:
Se não dispomos
de um tanque no jardim e desejamos ter ou acondicionar em alguma fonte,
podemos fazê-lo de forma fácil e simples.
Um tanque pode ser fabricado com uma lona impermeável e forte (são comercializadas lonas plásticas negras em lojas de material de construção), que se coloca em uma depressão do terreno flanqueada por pedras ou então pode-se adaptar uma fonte de jardim para conter estes preciosos peixes.
Para adaptar-se a fonte para que seja adequada como tanque, deve-se ter em conta seu tamanho e o volume de água que pode conter.
Em primeiro lugar, deve manter a água limpa e oxigenada para que os peixes possam desenvolver-se bem.
Se o tanque é pequeno, com poucos peixes, pode bastar o movimento natural da água. Se o tanque é grande e profundo, é necessário instalar um filtro submerso para tanques (como os da marca Eheim). Se as paredes do interior da fonte apresenta descamações, ou o cimento ou pedra está deteriorado, é recomendável fazer a pintura interna com tinta atóxica para piscinas. Se a fonte é suficientemente grande, pode colocar substrato no fundo (uma boa mistura é areia grossa de rio e quartizita, sete ou mais cm de espessura). Se temos areia podemos plantar nas bordas alguma planta de água fria como a elódea.
Deve-se plantar formando maciços frondosos e deixar o centro do tanque livre para que os peixes possam nadar livremente. também pode ser utilizado o Musgo de Java, que deve ser preso em alguma pedra usando uma linha fina de nylon até que ele se fixe por si só.
Os tristemente famosos
aquários globo:
Muitos peixes
dourados agonizam e morrem diariamente no mundo dentro destes aparelhos de
tortura que são os aquários globo, e outros aquários igualmente pequenos
com as mais diversas e pitorescas formas. Nestes recipientes o pobre peixe
acaba morrendo inevitavelmente. Os peixes nadam de forma circular em um estado
de stress permanente que diminui suas defesas e os faz mais propensos a
contrair doenças. Boquejam na superfície para tentar capturar os tênues
traços de oxigênio que estão fora do aquário. O oxigênio neste tipo de
aquário logo começa a faltar devido à respiração do peixe e só fica na
parte superior da água, que é onde, devido à fricção com o ar se
dissolve. Os peixes começam a sofrer de estrabismo em seus olhos devido à
distorção ótica que é produzida pelo vidro curvo do aquário. Além disso
nunca conseguem se adaptar à água, que está sendo sempre trocada com o
fatídico cloro, que acaba sendo mortal para este peixe.
Isto sem falar da
má alimentação que é dada, e outros maus tratos e contínuas doenças. É
muito raro que algum exemplar consiga sobreviver durante muito tempo. E isto
é devido, de forma inevitável, à ignorância das pessoas que pretendem
tê-los em seus lares.
Cuidados especiais:
Os Carassius seguem sendo considerados como peixes resistentes e "duros" para sua manutenção em cativeiro. Isto é totalmente falso e tem sua origem no fato de que se trata de peixes que vivem em um meio mais frio e portanto, a priori, mais agressivo com os peixes. E por outro lado, que são peixes que se mantém, em muitos casos, em pequenos recipientes, parecendo, e somente parecendo, que vivem felizes por algum tempo.
Na realidade, os peixes dourados são animais muito delicados, muito mais frágeis que seus parentes de água temperada, de um meio ambiente tropical. A maioria dos peixes tropicais tem necessidades muito menos áusteras do que as dos peixes dourados. Podem viver com pouco oxigênio na água, a alimentação é mais escassa e podem viver em recipientes menores. Os peixes dourados, pelo contrário, necessitam de altos níveis de oxigenação. Como são habitantes de águas mais frescas seu metabolismo está adaptado a um consumo de oxigênio maior. Quando são mantidos em águas mais cálidas, o consumo de oxigênio dobra a cada 5º C de aumento da temperatura. Desta forma, os Carassius de nosso aquário consomem um volume muito maior de oxigênio que seus companheiros tropicais no aquário.
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