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Depois de cortados, os vidros devem ser bem limpos com álcool. Em seguida, montamos a cuba usando esparadrapo ou fita isolante do lado de fora. Por último aplicamos o silicone, observando as instruções do fabricante. Atenção para não utilizar silicone com fungicida, assegure-se de que a cola é apropriada para uso em aquários.
Deixe secar por 24 horas e
verifique se não há nenhum vazamento, caso isto ocorra, seque bem antes de
aplicar novamente o silicone sobre o local do vazamento.
Longitudinalmente um vidro separará
toda esta zona de filtragem da segunda zona onde se encontrará o cultivo de
algas. Este vidro deve ter um corte diagonal em uma de suas extremidades para
permitir que a água passe da câmara de filtragem para a seção de cultura
de algas.
Neste momento da construção da cuba e
sua distribuição interior devemos, também, colocar os suportes
onde posteriormente irão fixar-se as colônias de algas. O mais aconselhável
é utilizar pedaços de ladrilhos ou de tijolo baiano, que são materiais
muito porosos e ideais para que as algas possam espalhar-se por sua superfície.
Cola-se tiras de ladrilhos ou tijolos em uma disposição longitudinal, com
silicone, ao vidro de separação intermediário (deixe o lado poroso do
ladrilho para fora). Como a fonte de luz intensa estará situada na parte
superior do filtro, justamente acima desta câmara de cultivo de algas, o
melhor a fazer é situar estes suportes de forma escalonada, os maiores no
fundo, os pedaços menores acima. Desta forma asseguramos a exposição
uniforme de luz em todas as partes da colônia de algas. É necessário que
esta câmara seja totalmente fotófila. Seria uma boa medida pintar com tinta
branca ou recobrir com papel alumínio, todos os vidros externos que formam
esta câmara de cultivo de algas para que a luz emitida pelo foco de luz
superior seja refletida e intensificada.
Disposição das câmaras de filtragem:
Este filtro se baseia no aproveitamento
dos 3 pilares básicos da filtragem em aquários, inclusive na filtragem de
águas residuais de despejo urbano em grandes sistemas depuradores de esgoto.
Para que uma filtragem seja eficaz deve reter-se em um primeiro momento todas
as partículas em suspensão que flutuam na água. Esta filtragem se denomina
mecânica e se aproveita de materiais de diferentes granulometria e porosidade.
Deve ser de fácil limpeza, pois o uso eficaz destes filtros depende de que se
mantenham limpos e não se obstruam ao passar a água.
A água que passou pelas câmaras de filtragem mecânica, onde se eliminou a
maioria dos detritos de maior tamanho em suspensão, passa agora por uma zona
onde se realiza uma filtragem das substâncias nocivas em dissolução. Esta
se denomina filtragem química da água.
O material mais utilizado é o carvão ativado. Pode-se utilizar outros
maeriais como resinas tratadas quimicamente ou carvão vegetal. O carvão
ativado realiza uma absorção da maioria das substâncias nitrogenadas
tóxicas que se encontram dissolvidas na água do aquário.
O terceiro sistema é a filtragem biológica. Imitando os processos onde as
bactérias decompõem e transformam as substâncias de despejo em produtos
neutros e aproveitáveis pelas plantas; o sistema de filtragem deve dispor de
uma zona onde se favoreça a criação e manutenção de colônias
bacterianas.
A primeira seção do filtro deve ser uma câmara vazia
profusamente oxigenada chegando a níveis de saturação. Isto é necessário
porque o trabalho dos leitos bacterianos que compõem a parte mais importante
do filtro, assim como o cultivo de algas são grandes consumidores deste gás
dissolvido e necessitam um meio com total saturação de oxigênio para
realizar uma filtragem eficaz. Além disso esta oxigenação intensa que aí
se realiza, obriga a precipitação dos materiais sólidos em suspensão,
decantando-se no fundo desta câmara e na seguinte.
Se consegue este alto nível de oxigenação
com uma ou mais pedras porosas de bolhas finas conectadas a um
compressor de ar.
Câmara de decantação e filtragem
mecânica:
Esta seção está dividida em duas. A
primeira é a câmara que forma a parte inferior debaixo da esponja filtrante.
É uma zona de água calma onde irá se produzir uma lenta decantação das
substâncias em suspensão, produzindo uma ligeira camada de limo no
fundo.
A segunda zona está ocupada por uma
grande esponja de material plástico. Este material plástico realiza uma função
de pré filtragem mecânica importante. Deve reter todas as substâncias em
suspensão que tenham atravessado a câmara anterior e que são demasiado
grossas para depositar-se nos materiais filtrantes posteriores.
A função desta esponja é a de realizar uma simples filtragem mecânica e
não biológica e deve ser limpa assim que começar a se obstruir. Do
contrário se formará sobre sua superfície porosa uma capa
mucilaginosa, que nao é outra coisa que um substrato bacteriano que começa a
realizar uma ligeira filtragem das substâncias nitrogenadas. Esta filtragem
biológica não é importante porém, em troca, vai obstruir os poros da
esponja, impedindo a passagem da água com um volume adequado.
Câmara de filtragem Química:
Nesta seção se situa o carvão ativado, Para impedir que os grãos se
dispersem por todo o filtro, deve-se colocá-lo em uma meia fina de senhora.
Este cartucho filtrante deve ocupar o maior espaço possível da câmara.
Quase todos os aquariófilos se contentam em retirar a capa ativa saturada,
que pouco a pouco não conserva mais sua capacidade de reter as substâncias
dissolvidas e chega a ser dissimuladamente tóxica. Se não trocarmos o
carvão teremos apenas um filtro mecânico ao invés de um químico. O carvão
ativado deveria ser trocado a cada dois meses, ou caso o aquário tenha um
volume de água muito grande mensalmente.
Primeira câmara de filtragem
bacteriana:
Esta seção
se preenche com um material filtrante o mais poroso possível. São ideais as
fibras sintéticas que não apodrecem na água. a mais adequada é a lã de
perlon, entretanto também existem outras utilizadas em tapeçaria que podem
ser utilizadas. Não utilize algodão, pois este apodrece rapidamente,
saturando o filtro e prejudicando o aquário. Nesta matéria fibrosa irão se
alojar as colônias de bactérias aeróbicas (grandes consumidoras de oxigênio),
aproveitando a intrincada estrutura da fibra para formar uma zona eficaz de
filtragem. Esta fibra nunca deve ser limpa profundamente. Quando esteja
demasiado suja limpa-se em um balde com água apenas, sem entretanto deixá-la
secar, para não eliminar as bactérias.
Segunda câmara de filtragem bacteriana:
Nesta seção podemos dispor de uma zona importante cheia com material com
grande superfície para a expansão bacteriana. São indicados materiais como
as bio balls que podem ser encontradas no comércio de aquários, pois
oferecem uma grande superfície em relação ao volume que ocupam.
Neste suporte plástico se produzirá uma eficaz filtragem biológica devido a
camada de bactérias que se forma em toda a superfície deste material
filtrante.
Zona de filtragem
vegetal:
Esta água
que sai da zona de filtragem bacteriana e que denominamos como limpa, pode na
realidade ser nociva; não duvidemos que a acumulação de produtos
nitrogenados como os nitratos, é considerada como uma das causas do fracasso
na aquariofilia, sobretudo em aquários marinhos, que são mais sensíveis.
Estes
resultados da atividade bacteriana, como os nitratos e fosfatos que
normalmente se acumulam de forma gradual na água do aquário, podem ser uma
das causas principais do surgimento de doenças nos peixes e de um crescimento
desmedido de algas.
Se aproveitamos a atividade das algas como elemento regulador dos nitratos na
água podemos aplicá-las no sistema de filtragem como uma última zona de
filtragem. Como as algas estão necessitadas por substâncias nitrogenadas,
podemos eliminar uma parte destas substâncias mediante um cultivo intensivo
de algas verdes filamentosas.
As algas que vão se reproduzir de forma
intensiva nesta zona do filtro rica em luz e substâncias nitrogenadas estão
representadas por algas Clorófitas como a Cladophora, Oedogonium, Vaucheria e
Spirogyra. São algas verdes filamentosas de fácil crescimento.
Bomba de filtragem:
Como fonte
de energía deste filtro se emprega preferencialmente uma bomba submersa
pequena ou média, já que em virtude da lentidão da corrente de água não
se necessita um rendimento excessivamente alto. Pode ser uma boa escolha uma
bomba como a SARLO de 200 l/hora.
Esta bomba deve situar-se na saída do filtro puxando a água deste para o
aquário, a água entra no aquário através de um sifão, colocado na outra
extremidade.
Calha de iluminação:
A calha pode ser adquirida no mercado ou ser construída por nós mesmos, veja
aqui como fazê-lo.
Para conseguir um espaço com
saturação de luz é necessário que utilizemos na calha 2 ou 3 tubos
fluorescentes do tipo Gro-lux, ou então utilizemos iluminação incandescente
do tipo cristal (estas lâmpadas produzem mais calor).
Suporte do sistema de filtragem:
Todo este sistema de filtragem deve ser
acessível para realizarmos uma adequada manutenção das distintas cargas
filtrantes. Ao colocá-lo atrás do aquário, escondendo-a das pessoas que
olham o aquário, dificultamos sua limpeza e manipulação, transformando este
processo em um ato chato e tedioso que raras vezes vamos realizar, o que
supõe um mau funcionamento do filtro.
Para evitar
esta situação, o filtro deve ser colocado em uma mesa com rodinhas, para
fácil movimentação. Não se esqueça de colocar uma placa de isopor entre o
fundo e o suporte do filtro, para não correr o risco de quebrá-lo. Se for
capaz, o ideal seria construir a mesa você mesmo, para que ela se adapte ao
tamanho do filtro montado.
Quando o filtro necessitar uma
renovação ou limpeza, desconectam-se facilmente os tubos que estarão unidos
por registros de conexão de mangueiras (pode-se utilizar as empregadas em
jardinagem, para irrigação). Uma vez solto, esvazia-se parcialmente para
aliviar o peso realizando-se uma sifonagem com uma mangueira, veja aqui
como fazer isso. Neste momento podemos remover o filtro de trás do aquário,
utilizando-nos da mesa com rodinhas, com extrema facilidade e manipulá-lo
confortavelmente sem nenhuma dificuldade.